palarvore é voz que não sustenta o grito e sai rasgando a garganta. um entregalhos coberto de flores enquanto as folhas espalham o vento. Um primeiro livro, uma semente... uma vida de mortes avulsas e semidiárias. tem raiz e juventude na veia. um caule torto, uma expressão própria. palarvore é fruto de vida intensa com um olhar guloso de sumo adocicado. um réquiem do apodrecer da época. um livro sonoro e dissonante que beira as tensões do que é ser humano. um feminino forte do elemento Terra.

o restante...é erva-daninha e pontos

(...)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Palavras Entransitos: Sobre as ausências presentes e as presenças ausentes ou (...) Aos pingos!

Sentimento nocivo (...) erva-daninha (#) :

Aos pingos (...)

"(...) Passa e nem percebe a presença que a minha auência tem (...)"


 (...)

" Eu não sei o que fazer da minha vida
Por isso eu estou triste
E fico vendo tudo em cima da minha cabeça
Em cima do meu corpo
Toda hora me procurando me procurando
E eu já carregada de relação sexual
Já fodida


Botando o mundo inteiro pra gozar e sem gozo nenhum"







" Nasci louca
Meus pais queriam que eu fosse louca
Os normais tinham inveja de mim
Que era louca"


"Eu já falei em excesso em acesso muito e demais
Declarei expliquei esclareci tudo
Falei tudo que tinha que falar
Não tenho mais assunto mais conversa fiada
Já falei tudo
Não tenho mais voz pra cantar também
Porque eu já cantei  tudo que tinha  que cantar"

(...)
"(...) Minha palavra cantada pode espantar, e aos seus ouvidos parecer exótica (...)" *


" Já não tenho mais voz (...)

(...)





"(...) Porque já falei tudo o que tinha que falar
Falo, falo, falo o tempo todo
E é como se eu não tivesse falado nada
Eu sinto fome matam minha fome
Eu sinto sede matam minha sede
Fico cansada falo que tô cansada
Matam meu cansaço
Eu fico com preguiça matam minha preguiça
Fico com sono matam meu sono (...)
(...) Quando eu reclamo (...) "





" Eu não queria me formar
Não queria nascer
Não queria tornar forma humana
Carne humana e matéria humana
Não queria saber de viver
Não queria saber da vida

Eu não tive querer

nem vontade pra essas coisas
E até hoje eu não tenho querer
nem vontade pra essas coisas"
(...)

" E os bares todos andam transbordando pessoas chatas e vazias" (#)




"Olha quantos estão comigo
Estão sozinhos
Estão fingindo que estão sozinhos
Pra poder estar comigo"




(...)

" Pra poder ter uma alimentação
É preciso depender sempre de uma fêmea
Dos filhos todinhos da fêmea
Da fêmea dos filhos todinhos da fêmea
Dos bichos dos animais todinhos da fêmea
Recolher tudo botar tudo pra dentro pra fora pra
cima pra baixo
De um lado de outro pela frente pelo fundo
Pela boca pelos olhos pela cabeça
Pela pele pela carne pelos ossos
Pela larguez pela altura
Pelo corpo todo

Quem sofre sou eu
Quem passa mal sou eu"

(...)


"Ideias sem pai e mãe
Que não nascerão jamais (#)




Ideias sem pai e mãe

Que não nascerão jamais (#)






Ideias sem pai e mãe

Que não nascerão jamais (#)"









(...)

"(...) Nenhuma força virá me fazer calar
Faço no tempo soar minha sílaba

Canto somente o que pede pra se cantar

Sou o que soa eu não douro pílula (...)"


" Tô carregada de uma relação total
Sexual
Fodida

Botando o mundo inteiro pra gozar e sem gozo
nenhum "











(...)
" Você está me comendo tanto pelos olhos
Que eu já não tenho de onde tirar força
Pra te alimentar"

(...)

"Pinga, poesia!
Pinga!
Pinga!"

(#)

Legenda:

(#) - Erva daninha: Trecho extraído do poema " Aos pingos"
(*)- Muito romântico ( Caetano veloso ) - Trecho extraído da música cantada na performance
(...) - Os demais... São todos poemas da Stela do Patrocínio ( muito bem patrocinada!), do livro: "Reino dos bichos e dos animais é o meu nome" ; editora: azougue; Organização e apresentação: Viviane Mosé. - (Um olhar sobre a minha loucura própria com o "Patrocínio" de Stela-



Fotos: Rany Carneiro e Jayme Mattos
Performer: Cintia Luando

Nenhum comentário:

Postar um comentário