palarvore é voz que não sustenta o grito e sai rasgando a garganta. um entregalhos coberto de flores enquanto as folhas espalham o vento. Um primeiro livro, uma semente... uma vida de mortes avulsas e semidiárias. tem raiz e juventude na veia. um caule torto, uma expressão própria. palarvore é fruto de vida intensa com um olhar guloso de sumo adocicado. um réquiem do apodrecer da época. um livro sonoro e dissonante que beira as tensões do que é ser humano. um feminino forte do elemento Terra.

o restante...é erva-daninha e pontos

(...)

domingo, 1 de julho de 2012

pela parede

disforme ela impregnava
só estava ali por estar ali
entendendo a minha oposição.

antropomórfica
liquidotrágica

e quando secava
cheirava a mofo
e tomava os livros
às traças!

superfície alguma lhe resistia
ela era grande
e espessa

( sendo que havia começado pelos pequenos pontos)

parede inteira lhe faz concreto
enquanto eu recrio o rosto
em sua silhueta

pseudo-concêntrismo:
a minha concentração
anda em círculos
por ent(r)e os focos!

mas foram os flocos
nas filas
nos cantos
que me fizeram pensar
em me deixar cair pelos rodapés.
(até que alguma vassoura varra doideras em mim)

para rodapés e parapeitos
a queda e a coisa são certas:
- quem anda perdido
o erro encontra!

já se foram semanas
e ela ainda
ali

eu
daqui
também só
olhando o quase círculo
que não se forma na página

mas lembra de longe
(visto de perto)

eu escrevo umas bobagens
sobre esses eventos manchados
sobre os respingos de sopa
as taças quebradas
ódio
licor

lembro toda vez quando esqueço
eu olho pra ela e torno a sentir
ainda quente
insalubre

o gostinho de fel
e a língua afoita:
ando querendo beijos
que não.

me sinto próximo
escuro quanto
azedo quanto

e como ela
também tomo os livros
às traças

manchei parede durante os meses.
e há anos ela fica
me lembrando armas (...)
Vermelha (...)

e me absorveu (...)

Um comentário:

  1. Menina, depois volto pra ler mais dos seus escritos. Fiquei impressionado com sua qualidade! Forte abraço! Sandro Pinto

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