palarvore é voz que não sustenta o grito e sai rasgando a garganta. um entregalhos coberto de flores enquanto as folhas espalham o vento. Um primeiro livro, uma semente... uma vida de mortes avulsas e semidiárias. tem raiz e juventude na veia. um caule torto, uma expressão própria. palarvore é fruto de vida intensa com um olhar guloso de sumo adocicado. um réquiem do apodrecer da época. um livro sonoro e dissonante que beira as tensões do que é ser humano. um feminino forte do elemento Terra.

o restante...é erva-daninha e pontos

(...)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Porque-poético Palavras Entransitos ( Sobre lençóis e chocolates )


Como tudo se relaciona no mundo o tempo todo, porque não haveríamos de relacionar os nossos afetos em nossos trabalhos?
Palarvore naquele dia era um lençol apertando gargantas... uma cena semi-trágica ( luar lunático luando)...
(...) uma dor (...) um filme triste! Também tinha o amargo na língua da Rany, tinha o amargo da minha língua, e de todas as línguas de todas as pessoas, amargo, porque o amargo impregna mesmo quando ele quer (...)

Palavras entransitos
( Sobre lençóis e chocolates...)
Tínhamos uma ideia e a Rany me perguntou:
-  Amanhã?






Poética-relacional-relatoriada Nº 1:

Palavras entransitos ( Sobre lençóis e chocolates )


Estava em relação: o sentir pungente, o chocolate, o lençol, a tristeza, a nossa existência e o que poderíamos fazer das nossas presenças. Não tinha a princípio, nenhum poema em mente. Pensei em criar na hora, mas (...)  "Uma doce Conclusão" saltou com força de pele, e não tivemos dúvidas: - Tinha que ser ele!


Materiais:

Um lençol
Um poema
2 câmeras
2 pessoas ( além da minha pessoa )

Pincéis
Tinta de tecido





Escolhemos o quintal de casa:
Fizemos a ação na unirio durante as férias porque era do nosso intento um fluxo de árvores, mais do que pessoas.

Chegamos e começamos logo:

O que nos interessava nesse trabalho é que ele era gerador de muitas possibilidades, logo, muitos trabalhos futuros... Palavras Entransitos poderia vir a ser uma intervenção, uma performance, por ser interessante olhar o "lençol" sendo pintado, a própria ação de pintar, pela sua potência de ruptura com o convencional, uma quebra de fluxo ( se evidenciarmos espaços de fluxos de passagem pré-estabelecidos), por trabalhar com poemas passíveis de inúmeras significações, porque como diz um amigo ( Ivan ), se referindo a poesia: - "Vai explicar o poema? Você entendeu? Se entendeu, errou!" ...  E também poderia ser material de vídeo, poderia virar vídeo-arte, vídeo-poema, curtas... Material fotográfico... Sem falar no próprio lençol, que era um registro plástico da ação. Ou seja, tínhamos um bom material sensível, uma arte pronta pra ser experimentada. Experimentamos! Eu comecei a escrever as primeiras palavras coloridas no lençol em branco, e a Rany Carneiro fotografava tudo. O Pedro Rios Leão ia filmando tudo... e as coisas pareciam seguir bastante fluídas e calmas.


 Até que comecei a sentir a necessidade do novo... da transformação... Então, nasciam novos poemas oriundos do poema central... Esses poemas ia ficando no p(L)ano de fundo, pelas bordas, pelas margens... Falavam dos derramamentos de tinta, das dores e da cumplicidade entre eu e a Rany, do lençol em branco na vida... Mas o que mais me chamou atenção, foi a quantidade de formigas, na ausência do chocolate físico. Éramos muito doces mesmo (Rs) - Eis minha doce conclusão! Ao fim... Já um pouco cansada do" escrever" que havia me proposto, eu me levantei e pus-me a atirar as tintas. Lembrei ( ou pelo menos, pensei ter lembrado ) de um dos poemas do ervas daninhas " Aos pingos" , e comecei a falar ele. Não estava muito segura do que estava dizendo porque não era um poema "dominado" por mim (como é comum da natureza das ervas daninhas nunca dantes dominadas), ou seja, na gravação, o poema virou outro poema... Caminhando para o final... - Pinga poesia! Pinga poesia! Pinga! Pinga! - E eu me pintei de poesia transbordada por aqueles instantes.





Percepções: O que me agradou bastante, foram os poemas imprevistos! O caminho das formigas! O poema final, que eu achei que era um, e na verdade estava misturando dois ( Rs) ... Para virar um terceiro logo em seguida, na hora de falar.O que eu pensei que poderia mudar para a segunda: O corpo. Penso em movimentos e dinâmicas, e ritmos. Quero experimentar outras coisas para pintar. Quero buscar uma sensação mais "desregrada", mais " expressiva", mais "visceral", e lógico: mais Desmantelista!







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